7.1 O que é um autor? (SANTAELLA, 2007)
A ideia central do tópico é discutir a autoria no contexto
das tecnologias interativas. Entretanto o tema está inserido na discussão mais
ampla do capítulo que trata sobre o estilo na cultura pós-humana.
O texto foi escrito para os estudiosos da Comunicação e suas
relações com o mundo digital, relevante para diversas áreas, entre elas,
Sociologia e Tecnologia. O tema é atual, as provocações contribuem para a
reflexão sobre as transformações no processo de autoria.
A autora argumenta a necessidade de novas competências para
o mundo digital uma vez que a autoria deixa de ser individual para ser
coletiva.
A autora apresenta a caracterização das funções de autor de
acordo com uma linha histórica do Romantismo até o século XX na visão de
Foucault; os problemas de autoria nas mídias, na visão de Foucault e Barthes e
exemplos das novas escrituras.
O texto está organizado em três tópicos: (1) O que é o
autor?, (2) A morte do autor e (3) Autorias coletivas e públicas. O primeiro discute
as funções do autor, as diferenças no reconhecimento da autoria no campo
literário e no campo científico. No segundo, discute a crise da autoria a partir
da escrita, atribuindo uma visão funcionalista que delimita, exclui e seleciona
o que impede a livre circulação. A autora sinaliza os problemas de autoria
presentes nas mídias digitais que foram antecipados por Foucault e Barthes nos
anos 1970. Ela sinaliza também que a liberdade da ficção começa a aparecer nos
jogos digitais de RPG (MMORPG) no qual aparecem universos e realidades
ficcionais, independente dos usuários estarem conectados ou não. Por fim, no
terceiro, discute as tecnologias e dispositivos inteligentes. A digitalização
possibilitou novas formas de escrita que passou a ser colaborativa, cooperativa
e multidisciplinar visto que envolve cientistas, artistas e técnicos no
processo para a construção de uma história.
Santaella a partir das funções do autor e das mudanças ao
longo do tempo desenha as transformações no papel do autor e na caracterização do
que é obra, provocadas pela interatividade e pelo relacionamento bidirecional onde
produtor e espectador remixam a obra. A comparação da estrutura do cinema que
envolve artistas e técnicos foi bem esclarecedora para transpor a ideia para o
mundo digital.
Como pontos positivos, a visão histórica permitiu a
compreender da origem das regras de propriedade de autoria. As questões de Autoria
coletiva e pública possibilitou criar ligações com as propriedades dos
ambientes digitais (MANOVICH, 2001; MURRAY, 2003) e dos processos
coletivos de produção (MANOVICH, 2005; JENKINS; GREEN; FORD, 2014) .
Como ponto negativo, aponto a minha fragilidade para o
estilo de escrita da Santaella. Em alguns momentos tenho dificuldades para
traçar uma linha de entendimento. Preciso retomar várias vezes, mas acredito
que com a prática poderei melhorar esse aspecto.
Para o meu trabalho no campo da Educação, aplica-se considerar
no design instrucional, o planejamento das situações de aprendizagem que envolvam
criação coletiva. No tecnológico, aplica-se a pensar no desenvolvimento de
recursos e artefatos que propiciem essa construção.
As etapas de realização desta síntese foram: leitura do
texto, elaboração do mapa [O que é um
autor - Santaella] e elaboração do texto seguindo o roteiro de leitura
crítica.
Referências
JENKINS, H.; GREEN, J.; FORD, S. Cultura da Conexão.
Criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Aleph,
2014.
MANOVICH, L.
Principles of New Media. In: MANOVICH, L. The Language of New Media.
Cambridge MA: MIT Press, 2001. p. 27-48.
MANOVICH, L.
2. Interfaz. In: MANOVICH, L. El lenguaje de los nuevos medios de
comunicación – La imagen en la era digital. Fontrodona. Trad. Oscar Fontrodona.
Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 2005. p. 111-168.
MURRAY, J. Da
forma aditiva para a expressiva. In: MURRAY, J. Hamlet no Holodeck. São
Paulo: Unesp, 2003.
SANTAELLA, L.
O fim do estilo na cultura pós-humana. In: SANTAELLA, L. Linguagens Líquidas
na Era da Mobilidade. 2ª Reimp 2014. ed. São Paulo: Paulus, 2007. Cap. 2,
p. 468.
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