domingo, 2 de outubro de 2016

O Que é um autor? - Santaella (2007) - mapa

7.1 O que é um autor? (SANTAELLA, 2007)

A ideia central do tópico é discutir a autoria no contexto das tecnologias interativas. Entretanto o tema está inserido na discussão mais ampla do capítulo que trata sobre o estilo na cultura pós-humana.

O texto foi escrito para os estudiosos da Comunicação e suas relações com o mundo digital, relevante para diversas áreas, entre elas, Sociologia e Tecnologia. O tema é atual, as provocações contribuem para a reflexão sobre as transformações no processo de autoria.

A autora argumenta a necessidade de novas competências para o mundo digital uma vez que a autoria deixa de ser individual para ser coletiva.

A autora apresenta a caracterização das funções de autor de acordo com uma linha histórica do Romantismo até o século XX na visão de Foucault; os problemas de autoria nas mídias, na visão de Foucault e Barthes e exemplos das novas escrituras.  

O texto está organizado em três tópicos: (1) O que é o autor?, (2) A morte do autor e (3) Autorias coletivas e públicas. O primeiro discute as funções do autor, as diferenças no reconhecimento da autoria no campo literário e no campo científico. No segundo, discute a crise da autoria a partir da escrita, atribuindo uma visão funcionalista que delimita, exclui e seleciona o que impede a livre circulação. A autora sinaliza os problemas de autoria presentes nas mídias digitais que foram antecipados por Foucault e Barthes nos anos 1970. Ela sinaliza também que a liberdade da ficção começa a aparecer nos jogos digitais de RPG (MMORPG) no qual aparecem universos e realidades ficcionais, independente dos usuários estarem conectados ou não. Por fim, no terceiro, discute as tecnologias e dispositivos inteligentes. A digitalização possibilitou novas formas de escrita que passou a ser colaborativa, cooperativa e multidisciplinar visto que envolve cientistas, artistas e técnicos no processo para a construção de uma história.

Santaella a partir das funções do autor e das mudanças ao longo do tempo desenha as transformações no papel do autor e na caracterização do que é obra, provocadas pela interatividade e pelo relacionamento bidirecional onde produtor e espectador remixam a obra. A comparação da estrutura do cinema que envolve artistas e técnicos foi bem esclarecedora para transpor a ideia para o mundo digital.

Como pontos positivos, a visão histórica permitiu a compreender da origem das regras de  propriedade de autoria. As questões de Autoria coletiva e pública possibilitou criar ligações com as propriedades dos ambientes digitais (MANOVICH, 2001; MURRAY, 2003) e dos processos coletivos de produção (MANOVICH, 2005; JENKINS; GREEN; FORD, 2014).

Como ponto negativo, aponto a minha fragilidade para o estilo de escrita da Santaella. Em alguns momentos tenho dificuldades para traçar uma linha de entendimento. Preciso retomar várias vezes, mas acredito que com a prática poderei melhorar esse aspecto.

Para o meu trabalho no campo da Educação, aplica-se considerar no design instrucional, o planejamento das situações de aprendizagem que envolvam criação coletiva. No tecnológico, aplica-se a pensar no desenvolvimento de recursos e artefatos que propiciem essa construção.

As etapas de realização desta síntese foram: leitura do texto, elaboração do mapa [O que é um autor - Santaella] e elaboração do texto seguindo o roteiro de leitura crítica.


Referências

JENKINS, H.; GREEN, J.; FORD, S. Cultura da Conexão. Criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Aleph, 2014.
MANOVICH, L. Principles of New Media. In: MANOVICH, L. The Language of New Media. Cambridge MA: MIT Press, 2001. p. 27-48.
MANOVICH, L. 2. Interfaz. In: MANOVICH, L. El lenguaje de los nuevos medios de comunicación – La imagen en la era digital. Fontrodona. Trad. Oscar Fontrodona. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 2005. p. 111-168.
MURRAY, J. Da forma aditiva para a expressiva. In: MURRAY, J. Hamlet no Holodeck. São Paulo: Unesp, 2003.
SANTAELLA, L. O fim do estilo na cultura pós-humana. In: SANTAELLA, L. Linguagens Líquidas na Era da Mobilidade. 2ª Reimp 2014. ed. São Paulo: Paulus, 2007. Cap. 2, p. 468.